Cientistas anunciaram a descoberta de uma nova espécie de sanguessuga que tem a tendência de viver em narinas humanas.
Segundo os pesquisadores, ela pode entrar nos orifícios do corpo de pessoas e animais e aderir às membranas mucosas.
Eles deram à nova espécie o nome de Tyrannobdella rex, que significa "sanguessuga rainha tirana".
A criatura, que vive em áreas remotas do alto Amazonas, foi descoberta em 2007, no Peru, quando uma espécie foi retirada do nariz de uma menina que tinha se banhado em um rio.
Renzo Arauco-Brown, da Escola de Medicina da Universidade Cayetano Heredia, em Lima, extraiu a sanguessuga do nariz da garota e enviou a amostra para um zoólogo nos Estados Unidos.
Mark Siddall, do Museu Americano de História Natural, em Nova York, reconheceu rapidamente que se tratava de uma nova espécie. Segundo ele, a criatura tinha algumas características muito incomuns, como uma única mandíbula, oito dentes grandes e genitália minúscula.
A líder do estudo, Anna Phillips, uma universitária ligada ao museu, disse: "Nós achamos que a Tyrannobdella rex é parente próximo de outra sanguessuga que entra na boca de gado no México."
Uma análise de DNA revelou também uma "relação evolucionária" entre sanguessugas que vivem em regiões distantes. Isso sugere a existência de um ancestral comum, que pode ter vivido quando os continentes estavam unidos em uma única extensão de terra chamada Pangaea.
Siddall explicou: "As espécies mais antigas dessa família de sanguessugas compartilhavam a Terra com os dinossauros, há cerca de 200 milhões de anos."
"Alguns ancestrais do nosso T. rex podem ter vivido no nariz de outro T. rex", afirmou, em uma referência o dinossauro Tiranossauro rex.
A pesquisa foi divulgada na revista científica online "PLoS One".
Os cientistas acreditam que podem existir até 10 mil espécies de sanguessuga. Já foram descobertas entre 600 e 700. G1