Brasileira pode ser indiciada por farsa na Suíça

O comandante-geral da polícia de Zurique, Phillip Hotzenkocherie, afirmou que a brasileira Paula Oliveira pode ser indiciada criminalmente por tentativa de armar uma farsa, se for comprovado que ela não foi atacada por neonazistas, conforme alega. A lei suíça prevê tratamento psicológico, multa ou até prisão nesse tipo de caso.
O pai da advogada disse que não tem como provar que a filha estava grávida no dia em que ela disse ter sido atacada. Paulo Oliveira afirmou que ainda não conversou com a filha sobre a reviravolta do caso após a polícia de Zurique ter levantado suspeita de que a brasileira pode ter cometido autoflagelação. O pai da advogada não descarta a possibilidade de contratar um advogado local para acompanhar as investigações na Suíça.
Os principais jornais suíços chegaram a ironizar o presidente Lula pelas declarações dadas nesta semana sobre o caso e que a gravidez inventada seria uma técnica das mulheres brasileiras para pressionar seus companheiros. Os periódicos também acusam o Brasil de ser um dos países mais xenófobos do mundo, onde 72% da população seriam contra a recepção de estrangeiros.
Caso Paula - Paula alega ter sido agredida por três homens brancos, com cabelo raspados, na noite de segunda-feira (9) em Dubendorf, cidade que fica perto de Zurique. Ela diz que a agressão fez com que ela perdesse os filhos gêmeos que estava esperando, além de deixá-la marcada com cortes em todas as partes do corpo.
Na sexta-feira (13), a polícia da Suíça disse que Paula Oliveira não estava grávida no momento da agressão. A polícia cita exames do Instituto de Medicina Legal e do Hospital Universitário de Zurique.
O comunicado da polícia também informa que ainda não está claro se os ferimentos no corpo da brasileira, de 26 anos, foram infligidos pelos agressores ou por ela mesma.
SVP quer punição - Mesmo sem conclusão final do caso, os jornais suíços publicaram a notícia de que o partido da sigla SVP colocou em dúvida o direito da brasileira de permanecer no país. O partido de direita exige também que Paula pague pelos custos da investigação.
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