Sindicato de pilotos da Air France protesta contra boatos sobre voo 447

O sindicato de pilotos da Air France se revoltou contra a multiplicação de rumores não confirmados sobre as circunstâncias em que ocorreu o acidente do voo 447 entre Rio de Janeiro e Paris, em especial sobre a atuação da tripulação.
Desde que foram encontradas as caixas-pretas do A330, no início deste mês, vêm se multiplicando informações na imprensa europeia para tentar explicar as circunstâncias e causas do acidente ocorrido em 31 de maio de 2009 próximo à costa brasileira, que deixou 228 mortos. De acordo com a revista alemã "Der Spiegel", o acidente teria sido causado por um desligamento repentino da aeronave em função do congelamento das sondas pitot, que medem a velocidade da aeronave, versão que já tinha sido aventada pelos investigadores. A revista afirma também que o comandante do avião não estava na cabine do piloto no momento em que o avião encontrou as primeiras dificuldades em seu percurso. Ele teria voltado à cabine às pressas e gritado instruções para seus dois copilotos, menos experientes que ele. Em comunicado divulgado na segunda-feira, o sindicato SNPL-France Alpa denunciou as "suspeitas infundadas" e destacou que uma eventual ausência do comandante de bordo na cabine estaria "inteiramente em conformidade com as regras internacionais". "De fato, durante tais voos de longa duração, está prevista a presença de um piloto de reforço para que cada um dos membros da tripulação possa tirar momentos de descanso durante o voo. Dois pilotos permanecem sempre nos comandos, conforme exigem as regras de certificação do avião", explicou o sindicato. O BEA, órgão responsável pela investigação de acidentes aéreos na França, quer tomar o tempo necessário para analisar os dados contidos nas caixas-pretas antes de divulgar, dentro de várias semanas, as primeiras informações sobre as circunstâncias do acidente. Mas os investigadores decidiram adiantar parcialmente sua agenda em função "das informações parciais e mais ou menos contraditórias" divulgadas pela imprensa e que podem "prejudicar a serenidade da investigação". Por essa razão, o BEA anunciou na semana passada que elementos factuais sobre as circunstâncias do acidente, mas não sobre as causas, serão divulgados na próxima sexta-feira (27). A Air France e a Airbus foram indiciadas em março por homicídios culposos dentro da investigação judicial sobre a catástrofe. A hipótese de um problema com as sondas pitot de medição da velocidade, fabricadas pela Thales e usadas nos aviões A330 e A340, foi aventada como causa possível da tragédia. Após o acidente, as sondas pitot foram substituídas por outras sondas em toda a frota da Air France. FONTE: REUTERS
Postagem Anterior Próxima Postagem