Órgão que gerencia endereços da web protesta contra controle da ONU

A Icann, o organismo privado encarregado da administração dos nomes de domínios (sigla que identifica um tipo de site: ".com", ".org", etc.), protestou nesta terça-feira (25) contra propostas de colocá-la sob controle da ONU (Organização das Nações Unidas) ou de algum organismo internacional. A instituição, que ocupa posição central no debate sobre quem deveria dirigir a internet, é o mais perto que existe de uma autoridade central da rede mundial de computadores. Países como o Brasil argumentaram que a Icann, fundada em 1998 sob a proteção do Departamento do Comércio dos Estados Unidos e que ainda se reporta parcialmente ao governo norte-americano, deveria transferir sua autoridade a uma organização mundial, como as Nações Unidas. Rod Beckstrom, o presidente da organização, diz que esse tipo de mudança pode tornar a Icann menos ágil, o que reduziria a probabilidade de desenvolvimento rápido de tecnologias – Se você pensar sobre o ritmo ou velocidade da tecnologia, perceberá que ela é muito mais rápida do que poderia ser acomodado pelas formas tradicionais de desenvolvimento de políticas. É difícil imaginar qualquer substituto (para o sistema atual) e sinto que posso fazer essa afirmação com alguma objetividade, porque trabalhei para o governo também. Ainda assim, o governo dos EUA concordou em setembro passado com mudanças que implicarão que a Icann não se reportará mais apenas aos EUA, como parte de uma campanha para ampliar a influência das demais potencias mundiais. O acordo criou uma equipe internacional de revisão que vai monitorar o desempenho da Icann e deve divulgar suas recomendações iniciais até o final do ano. O acordo também inclui normas dirigidas a tornar o grupo mais transparente. Em 2003, um grupo de países sugeriu que a Icann passasse ao controle da União Internacional de Telecomunicações, uma agência da ONU, mas a transferência não foi realizada devido à avaliação de que o sistema de endereços da internet funciona melhor sob a gestão do setor privado. REUTERS
Postagem Anterior Próxima Postagem