
O "Aerolula", como foi apelidado o avião, possui um moderno sistema de comunicações que permite ao presidente falar com quem quiser, quando quiser, bem como acessar a internet. O avião presidencial brasileiro também tem salas de reunião e conferência, um quarto com cama, exclusivo do presidente, e até um outro banheiro com chuveiro. Curiosamente, o modelo é o mesmo do utilizado pelo presidente da Venezuela e amigo de Lula, Hugo Chávez.
A presidente da Argentina, Christina Kirchner, também tem seu avião especial. Chamado de Tango Uno, o Boeing 757 transporta a governante principalmente em viagens internacionais. Para muitos argentinos, no entanto, a aeronave ficou mais conhecida por causa da polêmica causada quando a filha de Christina, Florência, pegou uma "caroninha" para visitar alguns amigos na Patagônia.
Em muitos casos, o avião presidencial serve como "embaixador" da indústria do país. Na Europa, a maioria dos países utiliza aeronaves da Airbus para transportar seus governantes. França e Alemanha, duas das nações com maior participação no consórcio europeu, não abrem mão dos aviões da empresa. O Reino Unido, quando não utiliza um nacional British Aerospace BAe-146, coloca a família real ou o primeiro-ministro para voar em linhas comerciais.
Já o sultão de Brunei, Hajji Hassanal Bolkiah Muhizzaddin, tem uma frota exclusiva de aviões tão extensa quanto o seu nome. Quando viaja, sua majestade pode optar por um Boeing 747, um Boeing 767, um Airbus A-340 ou três jatos Gulfstream, todos muito luxuosos, é claro. Dentro das aeronaves, há luxos como assentos de couro especial, camas individuais, detalhes em ouro e telas de LCD.
Segurança é prioridade nas aeronaves
O desastre aéreo que matou o presidente da Polônia, Lech Kaczynski, no dia 10 de abril, mostrou como incidentes envolvendo aeronaves oficiais podem ser devastadores. De uma só vez, o país perdeu não apenas seu chefe de governo, mas boa parte do comando militar e outros importantes líderes políticos. As causas da queda do Tupolev TU-154 ainda não foram esclarecidas, mas investigadores suspeitam de erro dos pilotos.
Em alguns países, a preocupação com segurança é tanta que os aviões VIP ganham medidas de defesa militares. O Boeing 747 que transporta o primeiro-ministro da Índia, por exemplo, dispõe de um aparelho eletrônico que emite ondas para confundir radares de mísseis ou aeronaves inimigas. Já o avião que transporta a rainha e o primeiro-ministro do Reino Unido pode soltar "flares", bolas de fogo que confundem mísseis guiados por calor.
Já o Força Aérea Um dos Estados Unidos, o avião mais seguro do mundo, dispõe de todos esses recursos e outros, não informados pelos militares, para defender um dos alvos mais cobiçados pelos terroristas. Mesmo assim, se as coisas derem errado, o presidente conta com um médico e uma mesa de cirurgia a bordo. R7