O aumento na oferta de universidades particulares no país nos últimos anos baixou a mensalidade dos cursos de ensino superior. O número de instituições privadas dobrou entre 2000 e 2009, segundo dados do MEC (Ministério da Educação) - elas passaram de mil, aproximadamente, para cerca de 2.050, em 2009.
Com tantas faculdades e uma “guerra de preços”, ficou mais difícil para os estudantes brasileiros escolherem um curso que tenha ao mesmo tempo qualidade e preço acessível.
O valor médio da mensalidade em faculdades brasileiras é de R$ 564, aponta uma pesquisa do Semesp (Sindicato das Entidades Mantenedoras de Estabelecimentos de Ensino Superior no Estado de São Paulo) de 2010. O valor varia segundo o curso universitário e a instituição escolhida.
É possível encontrar carreiras com preços que variam de R$ 171 a R$ 4.200, afirma o sindicato. Entretanto, o custo não deve ser usado como único parâmetro para medir a qualidade de uma universidade.
O coordenador do site Ligado na Facul, Ricardo Lombardi, afirma que somente a mensalidade não representa a eficiência de um curso universitário.
- Nem sempre o preço baixo significa qualidade, o inverso também [acontece]. Preço alto não quer dizer que a faculdade vai oferecer infraestrutura compatível com a exigência do mercado. Mas, se levar em conta alguns critérios de escolha, [o estudante] consegue escolher uma universidade boa e de preço acessível.
Criado há um ano e oito meses, o portal tenta ajudar o vestibulando no momento da escolha.
A ex-secretária de ensino superior do MEC Eunice Durham também entende que é possível encontrar bons cursos universitários particulares. Mas afirma que é importante conversar com ex-alunos ou estudantes da faculdade antes de se matricular.
- Há universidades particulares bastante boas. Entretanto, várias delas têm cursos bons e outros ruins. Falando com os colegas, as pessoas conseguem ter uma boa ideia. É importante perguntar se eles [os alunos] gostam do curso. Esse é um sistema muito bom para saber se o curso é bom ou ruim.
Com a ajuda dos especialistas, o R7 listou dicas para que o estudante avalie o custo-benefício de uma universidade antes de fazer a matrícula.
1. Credenciamento no MEC
Antes de avaliar preço, infraestrutura ou corpo docente, é preciso checar se o curso escolhido é reconhecido pelo MEC (Ministério da Educação). No site do governo é possível ver os cursos credenciados pelo órgão em todos os Estados;
2.Tradição
Além do tempo de atuação, é importante que a universidade tenha professores reconhecidos no mercado. Uma das formas de descobrir é por meio de alunos e ex-alunos. O estudante precisa visitar o campus e conversar com pessoas que passaram pela universidade para saber qual imagem a instituição tem no meio acadêmico;
3. Localização
Mesmo que a faculdade tenha um preço acessível, é recomendado que o estudante calcule quanto vai custar para se deslocar até o campus. Muitas vezes, mudar para outra cidade não compensa tanto quanto estudar perto de casa;
4. Qualidade do ensino
A visita ao campus também pode ajudar quando o assunto é qualidade do ensino. Pesquisar sobre a formação acadêmica dos professores ajuda a descobrir se o curso é bom ou ruim, pois empregabilidade é um aspecto que os indicadores do MEC não medem;
5. Empregabilidade
A universidade precisa oferecer meios para aproximá-lo do mercado de trabalho. Participação em empresas Junior e feiras com eventuais empresas empregadoras podem garantir seu futuro no mercado;
6. Infraestrutura e preço
Mensalidades caras não significam necessariamente que o curso é de qualidade. Há instituições que cobram custo alto em função do nome ou tempo de atuação, mas não têm laboratórios equipados, biblioteca com bom acervo e equipamentos atualizados de informática. O valor deve corresponder à infraestrutura;
7. Atuação ética no mercado
Para conseguir novas matrículas, há instituições que oferecem descontos milagrosos. Algumas praticam o tráfico de alunos, que prometem vantagens disfarçadas de armadilhas no preço da mensalidade. Não faça a transferência para uma faculdade que promete benefícios. FONTE: R7