Chá de figo queima pele de 10 e alerta para risco de bronzeador caseiro

A onda de calor dos últimos dias fez vítimas no Rio. Em busca de um bronzeado na primavera, 10 pessoas foram internadas na unidade de tratamento de queimados do Hospital do Andaraí, na Zona Norte, com ferimentos provocados pelo chá de figo. Em um ano, são mais de 100 queimados pelo chá. Os médicos voltam a advertir: cuidado com os produtos e as técnicas caseiras, como pôr sal na água da piscina de plástico. Essa técnica, usada pela vencedora do concurso "Garota da Laje 2009", também é condenada: " Se ela ficar nessa água com sal direto vai acabar como uma fritura, com a pele toda queimada”, diz a médica Adriana Corrêa, da Sociedade de Dermatologia do Rio de Janeiro.
Os grandes vilões - É preciso ter cuidado com as longas exposições ao sol e com os produtos caseiros, usados para acelerar o bronzeamento. Especialistas alertam para os riscos à pele durante esse período em que todo mundo quer exibir um corpo bonito a qualquer custo. Os bronzeadores artesanais são os maiores vilões da pele, segundo a dermatologista Adriana Corrêa, coordenadora de Fotobiologia da Sociedade de Dermatologia do Rio de Janeiro. Ou seja, chá de figo, óleo de aviação e sal na piscina podem provocar manchas, queimaduras e outras doenças crônicas. “Esses produtos não conseguem controlar a agressão à pele. A busca precipitada da beleza pode ser um tiro pela culatra. A folha de figo, por exemplo, potencializa o bronzeamento e, logo de imediato, pode causar aquela vermelhidão que gera queimaduras. E ainda há risco de infecção bacteriana que pode levar à morte”, explica. E a não tão inocente receita da vencedora do concurso "Garota da Laje 2009", Adriana Leão, que atribuiu ao sol e à laje da sua casa a vitória no dia 7, no Centro do Rio, também pode ser perigosa. “O sol me ajudou muito. Tomo muito suco de cenoura. Se eu não posso ir até o mar, o mar vem a mim”, disse ela, explicando que costuma jogar sal na água da piscina que tem na laje de sua casa, em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense do Rio, para acelerar o bronzeamento. Para a dermatologista Adriana Corrêa, a "Garota da Laje" corre riscos. “É preciso ter os mesmos cuidados de quando se vai à praia, já que na laje ela está desprovida de qualquer proteção. Se ela ficar nessa água com sal direto vai acabar como uma fritura, com a pele toda queimada”, afirma. Mulheres são maiores vítimas - O popular chá de figo é um dos bronzeadores artesanais que mais causa danos à pele, segundo o chefe do Centro de Tratamento de Queimados (CTQ) do Hospital do Andaraí, Luiz Macieira, que escreveu um artigo em 2002 para alertar a população sobre os riscos. De acordo com um levantamento feito no setor, foram registrados 117 casos de graves queimaduras causadas por bronzeador artesanalmente produzido com base na folha de figo (Ficus carica), atendidos no CTQ, no período de janeiro de 1996 à março de 2001. Dos 3.746 pacientes atendidos, 3.1% (117 casos) tinham como agente causal a folha de figo. Desses, 8.5% ( 10 casos) eram do sexo masculino, e 91.5% (107 casos) do sexo feminino. Este ano, segundo Macieira, a unidade já atendeu 85 pessoas com queimaduras graves provocadas pela técnica artesanal. No último fim de semana foram dez casos. “Este número deve aumentar com a chegada do verão. Em geral, as vítimas são mulheres jovens que querem exibir o bronzeado”, disse o médico. A dermatologista Adriana Corrêa recomenda que, o ideal, para manter a pele dourada por mais tempo, é tomar sol de forma gradativa, evitando o horário entre às 10h e 16h, e não abrir mão do filtro solar. G1
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