Em uma escola da rede estadual em Maringá (PR), uma professora tem que dar aula para turmas diferentes ao mesmo tempo por causa da falta de docentes. Quando isso não é possível, os alunos ficam sem aula mesmo.
Após o atraso no calendário por conta da nova gripe, agora são as licenças médicas ou por atestados que têm preocupado os pais de alunos.
Nesse colégio em que a professora dá aula para duas salas simultaneamente, há oito professores a menos, todos com problemas de saúde. Mesmo quando não é hora do recreio, há alunos no pátio em pleno horário de aula.
Enquanto a professora dá aula em outra sala em frente, uma aluna passa a lição na lousa. Em seguida, a professora corre para a outra sala e faz o mesmo, o que deixa a situação complicada para quem ensina e para quem quer aprender. “Fica difícil. O professor sai e volta. A gente não aprende direito”, diz uma estudante.
O problema tem sido tão frequente que os pais estão preocupados com o fim do ano letivo. Uma mãe conta que já teve dia em que o filho foi dispensado de todas as aulas por falta de professores.
“Já entrei em contato várias vezes com o núcleo regional e eles dizem que não tem professor substituto e que a contratação vai demorar bastante. Enquanto isso, as crianças estão perdendo muitas aulas”, diz Edilene Araújo, mãe de aluno.
Substituição - “A substituição existe, mas esbarramos na demora até a chegada dos professores. A substituição é para licenças acima de três dias. Abaixo desse período, a escola tem que dar condições para haver a reposição de conteúdos”, afirma Assis Bofi, diretor da escola.
O Núcleo de Educação de Maringá informou que a transferência das aulas dos professores afastados para os professores substitutos é feita duas vezes por semana. Segundo a direção do núcleo, não são apenas os atestados médicos que têm deixado os professores longe das escolas. O núcleo afirma que, só no mês passado, cerca de 400 professores da região conseguiram a licença especial, de três meses, a que os docentes têm direito a cada cinco anos de trabalho.
A Secretaria Estadual de Educação está tentando contratar substitutos o mais rápido possível. “Estamos tentando apressar a contratação, mas a rede estadual é muito grande, com 70 mil professores. Só em Maringá são 8,2 mil professores trabalhando. E, aí, temos as licenças médicas e as especiais. Em algumas disciplinas é mais fácil do que em outras”, diz Mary Lane Hunter, chefe do departamento de Educação Básica da secretaria. Segundo ela, as aulas serão repostas para não haver prejuízo para os alunos. G1 / TV PARANAENSE