Amazônia pode ficar 10 graus mais quente até 2050

O estudo britânico que apontou esta semana que a temperatura da Terra pode subir 4 graus até meados de 2050, se forem mantidas as atuais emissões de gases do efeito estufa, traz uma previsão mais drástica para a Amazônia: lá a temperatura poderia aumentar entre 8 e 10 graus, o que levaria à destruição de grande parte da floresta. O dados sobre a Amazônia fazem parte do estudo realizado pelo Centro Hadley do Departamento de Meteorologia britânico (Met Office).
O cientista brasileiro José Marengo, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), faz uma previsão um pouco menos pessimista, segundo reportagem da BBC Brasil. Ele calcula que o aquecimento global de 4 graus elevaria a temperatura na Região Amazônica em cerca de 5 graus – que, segundo ele, também traria sérios impactos. Modelo matemático - De acordo com as informações da BBC, José Marengo já aplicou uma versão do modelo climático desenvolvido pelos britânicos nos possíveis impactos das mudanças climáticas no Nordeste do Brasil: lá a temperatura subiria 3,3 graus até meados do século. O estudo de Marengo, de acordo com a BBC, indica que até 2100 as chuvas no Nordeste seriam reduzidas entre 40% e 60% em comparação com os níveis atuais. Além disso, a duração média da temporada seca saltaria de 12 dias para 30 dias por ano. E a Bacia do Rio São Francisco registraria uma redução de cerca de 25% no volume d'água. – Este cenário catastrófico poderia se tornar realidade já em 2060 – comenta o brasileiro. Além disso, o pesquisador do Inpe lembra, na entrevista à BBC Brasil, lembra que a densidade demográfica no Nordeste é muito maior do que na Amazônia. Portanto, os impactos das mudanças climáticas poderiam levar a movimentos migratórios importantes. O aumento das temperaturas é sempre avaliado em comparação aos níveis pré-industriais. Cientistas dizem que o mundo já se aqueceu 0,7 grau desde então. O aumento de 4 graus é relativo a uma média na temperatura global. O estudo britânico previu um aquecimento superior a 15 graus em partes do Ártico e de até 10 graus no oeste e sul da África Obama - O presidente dos EUA, Barack Obama, foi a Copenhague ontem promover a candidatura olímpica de Chicago – que acabou perdendo para o Rio. Mas será que ele voltará para pressionar pela aprovação de um novo tratado climático global? Essa foi a pergunta que os ambientalistas se fizeram ontem, quando Obama passou cinco horas em Copenhague. O grupo ativista Greenpeace espalhou pela capital dinamarquesa faixas com os dizeres "Cidade certa, data errada". Ministros do Meio Ambiente de cerca de 190 países participam em dezembro, na mesma Copenhague, de uma reunião da ONU que tentará definir um novo tratado climático que substituirá o Protocolo de Kyoto, que expira em 2012. Os Estados Unidos são considerados essenciais para as conversas da ONU, mas as credenciais de Obama na questão climática foram questionadas porque são pequenas as chances de o Senado dos EUA aprovar até dezembro uma lei que restringe as emissões americanas de gases do efeito estufa. JB ONLINE
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