Existem dois tipos de diabetes com causas diferentes. O tipo 1, insulina dependente, que é o caso de sua filha e o tipo 2, que é mais comum em adultos. As formas infantis correspondem a 10% dos casos, enquanto as formas adultas são muito mais frequentes. Correspondem a cerca de 90% dos casos. Geralmente, em uma mesma família encontra-se ou o tipo 1 ou o tipo 2. O mais provável é que a diabete do seu sogro não tenha nada a ver com a da sua filha. As duas formas dependem de uma interação entre uma predisposição genética e o ambiente, um mecanismo denominado herança multifatorial.
Qual é a causa da diabete tipo 1?
Trata-se de uma doença chamada auto-imune. Normalmente, o nosso sistema imunológico deve nos defender dos agentes externos (vírus, bactérias ou outros patógenos), ou no caso de células atípicas, como as cancerosas. No caso de doenças auto-imunes, o nosso sistema imunológico se comporta de modo anormal. Ele se confunde e começa a atacar e destruir as nossas próprias células. No caso da diabetes tipo 1, são as células que produzem insulina no pâncreas que são atacadas, as chamadas células beta.
Existe uma causa genética para a diabetes
A diabetes é uma doença genética, mas seu modo de herança é complexo. Trata-se de herança multifatorial, em que atuam vários genes e também o ambiente. Uma das maneiras de saber quanto uma característica depende de fatores genéticos ou ambientais é através da comparação de gêmeos idênticos (ou monozigóticos) e gêmeos não-idênticos (fraternos). Sabemos que os gêmeos - idênticos ou fraternos -compartilham o mesmo ambiente, desde a vida uterina. Entretanto, enquanto os gêmeos idênticos têm os mesmos genes, nos gêmeos fraternos os genes são tão diferentes ou semelhantes quanto nos irmãos comuns. Portanto, toda vez que houver uma semelhança maior em gêmeos idênticos do que fraternos, isso aponta para fatores genéticos. Por outro lado, se ela for igual em gêmeos idênticos e fraternos, ela só depende do ambiente.
A concordância em gêmeos na diabetes tipo 1
No caso da diabete tipo 1, a concordância (ou semelhança) em gêmeos monozigóticos é de cerca de 40-50%. Isto é em 40 a 50% dos casos, os dois irmãos serão afetados. Por outro lado, quando se comparam gêmeos fraternos, essa concordância cai para cerca de 12%. Entretanto, a causa ambiental que desencadeia a diabetes 1 ainda é desconhecida.
Qual é o risco para uma próxima criança?
Essa é a boa notícia. Para irmãos não gêmeos esse risco cai para cerca de 7%. Ou seja, se você tiver outra criança, a probabilidade de que ela venha a desenvolver diabetes tipo 1 é de menos de 10%. BLOG GENÉTICA