O programa, desenvolvido por servidores do Instituto Nacional de Identificação, em um primeiro momento será apresentado para 100 papiloscopistas de todo o país. Todos receberão treinamento para operar o Horus, que funciona em computadores comuns.
Outra finalidade do programa será a de localização de crianças desaparecidas, a partir do uso de imagens do pai e da mãe, aliado a atualização da foto da vítima, de acordo com sua idade atual. Para o diretor-geral da PF, Luiz Fernando Corrêa, a nova ferramenta reforça a posição da Polícia Federal do Brasil como referência mundial em segurança.
Projeto Horus - Simulação de disfarces
Segundo o papiloscopista Antonio Vantuir, que trabalhou no desenvolvimento do programa, a PF constatou a eficiência da ferramenta durante a etapa de testes. “Tivemos casos positivos em fase de teste, antes mesmo do lançamento do programa”, disse. “Com o programa, aumenta a probalidade de identificação de suspeitos a medida que o retrato tem alta definição”, completou.
O programa deverá em breve ser usado também por outras polícias, por meio de convênios a serem assinados junto a PF. “Pretendemos firmar cooperações em breve com outras corporações policiais, não só do Brasil”, destacou o papiloscopista Carlos Eduardo Moreira. Segundo ele, o retrato falado pode demorar de uma a seis horas para ser feito, a depender da capacidade da vítima em descrever. Como em um quebra cabeças, o retrato falado começa a ser montado a partir da escolha do rosto. Depois, os detalhes como os olhos, cor de cabelo, nariz e boca são adicionados na montagem. Moreira ressaltou que a PF tem o objetivo de deixar claro que o retrato falado não se trata de uma reprodução real da pessoa, mas é uma imagem aproximada, feita a partir das características.
De acordo com a PF, suspeitos de participação em crimes de grande repercussão no país foram presos a partir do retrato falado. Entre os exemplos estão o envolvidos no assalto do Banco Central de Fortaleza e no assassinato da missionária Dorothy Stang, no Pará. G1