Venezuela aumenta controle sobre preço de alimentos

O governo da Venezuela decretou nesta terça-feira novas medidas para obrigar os produtores de alimentos a produzir principalmente alimentos básicos a preços regulados, dias depois de o Estado assumir o controle de processadoras de arroz .
O decreto tenta evitar que as empresas cobrem preços mais altos por produtos como arroz ou óleo de cozinha. Muitas têm vendido variações com sabores ou aditivos, que não estão sujeitos aos controles.
Empresários dizem que o tabelamento os força a vender produtos com prejuízo.
O presidente Hugo Chávez venceu um referendo no mês passado que o permite concorrer à reeleição sem limites. Com o decreto, ele assume uma estratégia agressiva com o setor privado que já aumentou a simpatia de seus apoiadores no passado, mas que também levou a problemas de abastecimento.
O decreto estabelece uma porcentagem da produção total de 12 gêneros alimentícios, incluindo macarrão, leite em pó, farinha de trigo e açúcar, que precisam ser vendidas de acordo com os preços regulados.
O decreto não especifica sanções para o descumprimento dessas porcentagens.
No sábado, Chávez ordenou que soldados assumissem o controle de usinas de processamento de arroz. Uma delas é de propriedade da Polar, maior produtora de alimentos e geradora privada de empregos do país. O governo acusava as empresas de não produzir arroz suficiente para a venda a preços regulados.
Líderes industriais dizem que o tabelamento de preços está bem abaixo da inflação, que alcançou 31 por cento no ano passado.
A aplicação mais severa dos controles de preços em 2007 provocou longas filas por produtos básicos, como leite e frango, e aumentou as críticas a Chávez na camada mais pobre da população, maior base de apoio ao presidente.
Chávez resolveu o problema em 2008 com grandes importações de alimentos, subsidiadas pelas receitas com o petróleo - que era cotado a preços recordes naquela época. Uma tática semelhante seria mais complicada em 2009, já que a forte queda dos preços do petróleo atingem as receitas da Venezuela. REUTERS
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