Alan Jara, ex-refém das Farc, abraça seu filho após ser libertado de 7 anos de cativeiro em Villavicencio
As Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia) libertaram nesta terça-feira (3), na zona rural do departamento (estado) de Guaviare, o refém Alan Jara, ex-governador de Meta.
Segundo comunicado, Jara foi entregue à senadora Piedad Córboda e aos delegados do Comitê Internacional da Cruz Vermelha.
O helicóptero que participou da operação pousou na à cidade de Villavicencio, a 90 km de Bogotá. Jara, que tem 51 anos, foi recebido por seus parentes.
Visivelmente cansado e com dificuldades para caminhar, Jara saiu do aparelho e imediatamente abraçou sua esposa, Claudia Rujeles, e seu filho Alan Felipe, hoje com 15 anos.
"Tenho dois problemas de saúde, mas estou bem. Quero enviar um recado de esperança para meus companheiros que ainda estão em cativeiro. Hoje aconteceu um milagre, e outros milagres estão por vir", declarou Jara a jornalistas ainda no aeroporto.
Jara acusou o presidente da Colômbia, Alvaro Uribe, de não ter feito "nada" pela liberdade dos sequestrados. "Sinto com todo o coração que Uribe não fez nada por nossa liberdade", declarou Jara em entrevista coletiva.
Ele era mantido refém desde 15 de junho de 2001, quando foi capturado em uma estrada da região, pela qual passava em um veículo das Nações Unidas.
Alan Jara é o quinto dos seis reféns políticos que as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) prometeram libertar, em um comunicado datado de 21 de dezembro.
O político foi entregue pela guerrilha após uma polêmica entre o governo de Alvaro Uribe e o comitê civil 'Colombianos pela Paz' sobre a operação que resultou na liberdade, domingo (1), dos policiais Alexis Torres, Juan Galicia e José Lozano e do soldado William Domínguez, reféns desde 2007.
Agora, a expectativa é que a guerrilha liberte na quinta-feira ex-deputado Sigifredo López, que está em cativeiro desde 2002. A Cruz Vermelha confirmou a operação.
O Exército do Brasil participa das operações de resgate, fornecendo dois helicópteros e pessoal. Ives Heller, porta-voz da Cruz Vermelha, voltou nesta terça-feira a agradecer ao Brasil pelo apoio logístico.
O movimento guerrilheiro ainda mantém em seu poder 23 reféns ditos "políticos", ou seja, trocáveis por combatentes das Farc presos pelas autoridades. As Farc apresentaram sua decisão de libertar unilateralmente seis reféns como um gesto de "boa vontade".
Além dos reféns políticos, as Farc mantêm em cativeiro centenas de pessoas (entre 350 e 700 segundo as estimativas), para as quais exige o pagamento de resgate. (G1)