Uma má notícia para os pais que costumam receber muitas advertências sobre o comportamento de seus filhos na escola: a notificação pode ser muito mais do que um alerta sobre o presente, chamando a atenção para potenciais problemas na vida adulta de seus rebentos. A conclusão é de um estudo publicado nesta sexta-feira no site da revista British Medical Journal.
De acordo com o resultado da pesquisa, desvios de comportamento na escola estão diretamente ligados a diversos desequilíbrios na vida adulta. Quando adultos, aqueles adolescentes que haviam se envolvido em comportamentos tumultuosos apresentaram uma saúde mental mais precária e uma vida familiar menos bem sucedida, além de condições financeiras inferiores.
Para o estudo, foram acompanhados 3.652 estudantes britânicos por cerca de 40 anos. Os dados começaram a ser coletados no final de 1950 e meados de 1960, quando os voluntários estavam na faixa dos 13 aos 15 anos. Na ocasião, esses alunos tiveram seu comportamento descrito por seus respectivos professores: 9,5% foram associados a problemas severos de conduta, enquanto 28,8% ficou no nível moderado. Outros 61,7% não apresentavam problemas.
Quando os participantes estavam entre seus 36 ou 53 anos, foram submetidos a questionários a respeito de sua vida atual, mais especificamente no âmbito da saúde mental e social e do status econômico. Os que haviam sido descritos como problemáticos na adolescência relataram mais casos de depressão, ansiedade, gravidez precoce, dificuldades financeiras e amorosas.
Os pesquisadores, da Universidade de Alberta (Canadá), ressaltaram a importância do estudo: "Dados os custos a longo prazo para a sociedade e o impacto do sofrimento nos próprios adolescentes, nossos resultados podem ter implicações consideráveis nas políticas de saúde pública", escreveram os cientistas. (VEJA)