Com a previsão de aumento de novos medicamentos genéricos, apontado pelo balanço da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), a expectativa recai, em especial, sobre remédios hormonais. A projeção da Associação Pró Genéricos, entidade que concentra informações do setor, é que quatro novas pílulas anticoncepcionais sejam lançadas ainda este ano, similares de marcas famosas. Apesar da produção ter sido liberada em 2007, até agora apenas dois anticoncepcionais na versão mais barata estão nas farmácias, com custo até 35% mais baixo. “São pelo menos outras quatro empresas que estão em fases bem avançadas de produção de novos genéricos hormonais, que devem ser lançados ainda este ano”, garantiu Odnir Finotti, presidente da Pró Genéricos.
Segundo ele, a ampliação de oferta de anticoncepcionais genéricos, atrelada a um cenário de crise econômica mundial, é o que pode atrair o interesse das pacientes. “A mulher tem uma certa resistência em trocar seu contraceptivo por outro produto. Mas sabendo que é um gasto mensal e contínuo, ao ampliar o número de empresas que oferecem o genérico certamente aumenta também o consumo, até porque é um ano de situação econômica difícil.”
Medo - A principal preocupação das mulheres para a troca do anticoncepcional tradicional por um na versão mais barata não é a eficácia do medicamento. “É o medo de engordar mesmo”, define a funcionária pública Vanize Soares, de 36 anos, citando um dos efeitos colaterais do contraceptivo em comprimidos. Mas na turma de quem defende as pílulas genéricas o argumento preço é o que fala mais alto, já que a pílula é um gasto mensal certo.
Além dos medicamentos genéricos, as mulheres também podem ter acesso às pílulas por meio dos programas governamentais. Com receita do Sistema Único de Saúde (SUS), é possível retirar os contraceptivos de graça nas Unidades Básicas de Saúde (UBS). E é o próprio governo de São Paulo que desponta como provável consumidor de anticoncepcional genérico. (AE - Jornal da Tarde)