Hamas oferece trégua por um ano se Israel sair de Gaza em uma semana

A fumaça causada por uma explosão israelense é vista através de um vidro quebrado por uma bala no escritório da Associated Press na Cidade de Gaza.
O Hamas disse ao Egito que concordaria com um cessar-fogo por um ano, renovável, na faixa de Gaza, se Israel retirar suas forças do território em uma semana, disseram fontes diplomáticas e do Hamas nesta quinta-feira. O Hamas também pediu a reabertura imediata das fronteiras. Segundo fontes diplomáticas, lideranças israelenses estão analisando os termos da proposta de cessar-fogo do Hamas.
O Exército de Israel matou hoje o ministro do Interior palestino Said Siyam, que fazia parte do governo de fato do Hamas na faixa de Gaza, nos bombardeios de apoio ao avanço das tropas de infantaria e de artilharia para o interior da capital do território, segundo testemunhas. Fontes oficiais disseram que Siyam morreu no bombardeio de um edifício de três andares, que desabou após o ataque. O irmão e o filho de Siyam também morreram no incidente.
As próximas horas serão cruciais para alcançar um acordo de cessar-fogo na faixa de Gaza, afirmou nesta quinta-feira o presidente da Autoridade Palestina, Mahmud Abbas.
"As próximas horas serão decisivas e esperamos que haja uma evolução positiva para alcançar rápido um cessar-fogo", declarou Abbas depois de uma reunião com o chefe da diplomacia alemã Franck-Walter Steinmeier.
A secretária de Estado norte-americana, Condoleezza Rice, disse nesta quinta-feira ao primeiro-ministro de Israel, Ehud Olmert, que os EUA vão assinar um acordo com medidas para barrar o rearmamento do Hamas após um cessar-fogo, informou o gabinete do premiê israelense.
"A secretária de Estado observou que os Estados Unidos estarão preparados para ajudar na solução da questão de contrabando e assinarão um memorando de entendimento com Israel sobre o assunto", disse o gabinete de Olmert em um comunicado divulgado no 20o dia da ofensiva israelense na faixa de Gaza, controlada pelo Hamas.
Fósforo branco destrói ajuda humanitária
"A comida que entrou em Gaza nos últimos dias está pegando fogo", disse, em Gaza, o porta-voz da UNRWA(sigla em inglês da agência da ONU) Adnan Abu Hasna, em declarações ao "Canal 10" da televisão de Israel.
De acordo com John Ging, diretor da UNRWA, o incêndio foi causado por bombas de fósforo branco, componente tóxico que incendeia edifícios e queima as pessoas. "É muito difícil acabar com o fogo porque usar água será tóxico", acusou Ging.
A exposição ao fósforo branco pode ser fatal. Sua utilização não está proibida por qualquer tratado internacional, mas o Protocolo III da Convenção de 1980 sobre as Armas Convencionais proíbe seu uso contra populações civis, ou contra forças militares instaladas entre os civis.
"Não há combates nos arredores do complexo. Foram obuses de artilharia e bombas de fósforo que alcançaram a zona do armazém e das oficinas", declarou Ging à CNN. "É preciso abrir uma investigação a respeito". (Agências internacionais)
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