Pela segunda vez consecutiva, o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) constatou uma queda no número de nascimentos no Brasil, segundo pesquisa divulgada nesta quinta-feira pelo órgão. Em 2007, os cartórios registraram 2.750.836 nascimentos no país, segundo dados do Registro Civil.
Em 2006, foram 2,8 milhões de nascimentos registrados, e, em 2005, 2.874.704 - sem considerar subnotificações e registros tardios.
O levantamento revela ainda que, embora em queda, cerca de 12,2% dos nascimentos no país ainda não são registrados. O Nordeste concentra o maior índice de subnotificação (nascimentos não registrados), com 21,9%, e Sul, o menor (1,4%).
Mas já há cada vez menos subnotificações no país, segundo o IBGE, e este movimento é liderado por quatro Estados do Norte e do Nordeste: Maranhão (queda de 38,9%, na comparação com 2006), Pará (37,1%), Amazonas (33,8%) e Tocantins (29,1%).
O Sudeste teve o maior número de registros de nascimentos em 2007. Foram 1.104.870, seguido do Nordeste (819.901), do Sul (357.330), do Norte (259.388) e do Centro-Oeste (209.240).
A pesquisa mostra também que, aos poucos, as mulheres brasileiras aguardam mais para ter filhos. A maioria delas (38,3%) é ainda jovem --com idades entre 15 e 24--, mas os dados apontam uma reversão, ainda que gradativa, de uma tendência iniciada na década de 1970, quando as brasileiras começavam a ser mãe mais novas.
O número de filhos de mães entre 15 e 19 anos diminuiu de 551.093, em 2006, para 531.299, em 2007. Na faixa etária de 20 a 24 anos, a pesquisa também registrou queda, de 833.307, em 2006, para 798.815, em 2007. Já entre mães na faixa etária de 30 a 34 anos, a pesquisa registrou um ligeiro crescimento. Em 2007, foram 430.817 casos, contra 428.080 no ano anterior.
Óbitos - Ao contrário dos nascimentos, o número de mortes registrado em 2007 superou os de 2006. Foram 1.046.135 registros, contra 1.032.638 do ano anterior. Do total, 595.211 eram homens e 437.239, mulheres.
A pesquisa ratifica também estatísticas divulgadas no início da semana pelo IBGE que mostravam que homens jovens morrem mais por causas ligadas a violência, como homicídios e acidentes de trânsito. A pesquisa, Tábuas da Vida, mostrou que, dos 76.730 brasileiros mortos por essas causas em 2005, cerca de 40% dos mortos tinham entre 20 e 29 anos.
O Registro Civil, divulgado hoje, mostra ainda que, enquanto a proporção de mortes violentas cresce entre os homens - 15% das mortes em 2007, contra 14,17% em 1990, a mesma taxa cai entre as mulheres - 4,33% em 1990 e 3,89% em 2007.
(Folha Online)