Fones de ouvido de players de MP3 podem atrapalhar marca-passos

Os fones de ouvido usados com aparelhos de MP3 como o iPod podem interferir com marca-passos cardíacos e desfibriladores implantados, informaram pesquisadores norte-americanos neste final de semana.
Os aparelhos de MP3 em si não representam ameaça para marca-passos e desfibriladores, usados para normalizar o ritmo cardíaco. Mas os pequenos e fortes ímãs dos fones de ouvido podem prejudicar os aparelhos se colocados a menos de 30 centímetros de distância de sua posição, disseram pesquisadores durante uma reunião da American Heart Association em Nova Orleans.
O doutor William Maisel, do Medical Device Safety Institute, no Beth Israel Medical Center, em Boston, dirigiu uma equipe que testou oito modelos de fones de ouvido de MP3, incluindo modelos com apoio e para inserção auricular, em 60 pacientes que usam marca-passos e desfibriladores.
Os médicos colocaram os fones no peito dos pacientes, diretamente sobre a posição dos aparelhos. Eles interferiram com os dispositivos cardíacos em cerca de um quarto dos pacientes -14 dos 60 -, e a interferência se provou duas vezes mais provável entre usuários de desfibriladores do que de marca-passos.
Outro estudo apresentado na reunião demonstra que celulares equipados com a tecnologia de comunicação sem fio conhecida como Bluetooth não têm grande probabilidade de interferir com marca-passos.
Um marca-passo envia impulsos elétricos ao coração a fim de acelerar ou retardar o ritmo cardíaco. O ímã, porém, pode fazer com que ele transmita um sinal não importa qual seja o ritmo cardíaco, possivelmente causando palpitações ou arritmia, disseram os pesquisadores.
Um desfibrilador cardioversor implantado sinaliza o ritmo correto ao coração caso este esteja apresentando batimento rápido ou lento demais. Um ímã poderia desativá-lo, fazendo com que ignorasse um ritmo cardíaco anormal, em lugar de produzir o choque elétrico que o normalizaria.
Os aparelhos em geral voltam a funcionar assim que os fones de ouvido são removidos, dizem os pesquisadores. "A mensagem é que não há problemas em usar os fones normalmente; as pessoas podem ouvir música com eles nos ouvidos. Mas não devem colocá-los perto de seus aparelhos", disse Maisel em entrevista por telefone.
(Reuters)
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