Santa Catarina - Passava
das 15h da última segunda-feira (20) quando o gerente comercial Ronaldo de
Oliveira, de 34 anos, se levantou da mesa de reunião para pegar um café. Foi
quando olhou pela janela da empresa e viu um funil que repente escureceu o céu
de Xanxerê, no Oeste catarinense. Era o tornado que se aproximava. "Foram
30 segundos que duraram uma eternidade", disse.
“Não tenho esse
costume, mas comecei a filmar por curiosidade. Pensei que pudesse ser uma
tempestade ou uma tromba d’água, aqui sempre tem ventos fortes”, conta o
gerente comercial de uma fábrica de sacarias de ráfia. (Veja o vídeo acima na
íntegra).
"Meu Deus, minha casa!", diz uma voz. "A
fábrica foi toda", narra Oliveira no vídeo, que na hora pensou no filho.
"Meu piá!". É possível perceber pessoas com a voz embargada diante de
toda a destruição.
'Poste torceu como parafuso'
“Primeiro vieram os
galhos, depois árvores inteiras. Dava pra sentir o vento batendo na parede. A
força era tanta que derrubou o ar-condicionado, arrastou carros. Um poste
torceu como um parafuso”, lembra Oliveira.
Ele conta que o grupo de funcionários se protegeu em um
corredor. “Foram 30 segundos no meio do tornado, mas pra mim pareceram 30
minutos, ou uma eternidade”, diz Oliveira, que mal teve tempo de rever as
imagens impressionantes que registrou.
A empresa, que fica no bairro Colatto, foi parcialmente
destruída. “Ainda estamos avaliando os prejuízos com as máquinas”, contou ao G1
por telefone, enquanto dava instruções a funcionários.
Foi só na volta para a casa, a pé, que Oliveira se deu conta
do tamanho do estrago. Naquele dia, por acaso, ele havia deixado o carro com a
esposa – "se estivesse no estacionamento da empresa, certamente o veículo
teria sido destruído", diz.
“Fui caminhando e
vendo imóvel no meio da rua, carros virados, casas de dois andares caídas pela
metade. Imaginei que a cidade inteira tivesse acabado”.
Bastante impactado pelo cenário de destruição, ele também
registrou o momento em um segundo vídeo (veja abaixo). “Espero que isso nunca
mais aconteça”, diz Oliveira. (G1/Vídeo
Internet)