Justiça indiana tenta encerrar processo iniciado em 1878

Assim como no Brasil, a lentidão da Justiça na Índia é apontada como um dos calcanhares de Aquiles para o desenvolvimento do país.

Com milhões de casos pendentes nos tribunais do país, no entanto, há um processo que chama a atenção por sua antiguidade --ele se arrasta desde 1878.

O processo envolve a disputa por um pedaço de terra em Doshipura, na cidade de Varanasi. Quando o caso começou, a Índia ainda estava sob mandato britânico, Rutherford Hayes era o 19º presidente dos Estados Unidos e ainda levariam 28 anos para que Santos Dumont sobrevoasse Paris com seu 14-Bis.

Hoje, Barack Obama é o 44º presidente dos Estados Unidos, a Índia independente tem Pranab Mukherjee como seu 13º presidente, e a chegada do homem à Lua é notícia velha.

Durante todo esse tempo, a comunidade muçulmana xiita de Doshipura vem processando a comunidade sunita por uma área de 2 acres (cerca de 8 mil metros quadrados). Até hoje, nenhuma conclusão foi alcançada. 
 
Acredita-se que o marajá de Benares (como Varanasi era chamada no mandato britânico) era o dono original da terra em disputa.

Os xiitas dizem que o marajá deu a terra a eles de presente, seguindo orientações religiosas, mas os sunitas dizem que o local é um cemitério antigo e que os xiitas não têm autoridade religiosa sobre ele.

Os sunitas dizem que o terreno abriga tumbas não identificadas de dois sunitas. 

Mas o governo do Estado de Uttar Pradesh, onde está Varanasi, alegou à Justiça que a realocação das tumbas poderia levar à violência, e até agora nada foi feito.

A Suprema Corte questionou agora o governo do Estado sobre a razão de a ordem estar pendente há 32 anos. A Justiça parece querer resolver a questão agora por meio de negociações. Mas as posições das duas partes, até aqui, não se mostram animadoras. BBC BRASIL
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