Líbano proíbe exibição de filme sobre assassinato de ex-premiê

Cartaz com foto do ex-premiê assassinado, Rafik Hariri;
filme sobre sua morte foi proibido pelo governo libanês
O governo do Líbano proibiu a exibição do filme "Beirute Hotel", da diretora local Danielle Arbid, por considerar que a fita constitui uma fonte de problemas ao abordar o assassinato do ex-primeiro-ministro do país Rafik Hariri, informa neste sábado o jornal "L'Orient-Le Jour".

Uma fonte da Segurança Nacional libanesa, citada pelo jornal, explicou que "esse tipo de problema deve ser evitado enquanto não terminar a investigação sobre o assassinato de Hariri", que morreu em 14 de fevereiro de 2005 em Beirute num atentado com caminhão-bomba.

"Beirute Hotel", que estava previsto para estrear no dia 19 de janeiro, narra a história de um libanês xiita que afirma possuir um pen drive com informações de suma importância sobre o ataque, que, além de Hariri, matou 22 pessoas.

O protagonista do filme propõe fornecer esses dados aos serviços secretos franceses em troca de asilo político, mas os serviços não dão importância ao pedido. O homem também tenta um acordo com a Polícia libanesa, que também os despreza.

Segundo a fonte da Segurança Nacional citada pelo "L'Orient-Le Jour", a intriga do filme de Danielle Arbid sugere que membros da Inteligência da Polícia teriam ordenado a morte do protagonista.

O caso de Hariri comoveu o país e segue criando polêmica, já que o tribunal internacional encarregado de julgar os culpados acusou quatro membros do grupo xiita Hizbollah, que faz parte do atual governo e rejeita entregá-los.

Não é a primeira vez neste ano que a Segurança Nacional libanesa censura a exibição de alguns filmes. Em junho passado, duas produções iranianas sobre a violência que precedeu as eleições presidenciais de 2009 no Irã foram proibidas pelas autoridades de Beirute.

A censura no Líbano está a cargo da Segurança Nacional, mas as autoridades religiosas e administrativas podem exercer pressões para impor seus pontos de vista por considerar que há razões morais ou políticas para isso. FONTE: EFE

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