A extinção do tigre-da-tasmânia (Thylacinus cynocephalus) no
século 20 pode ter sido apressada por uma convicção popular equivocada:
os criadores acreditavam que o marsupial carnívoro era responsável pela
morte de ovelhas. A crença estimulou sua perseguição. Entretanto, uma
nova pesquisa publicada no periódico científico especializado Zoological Society of London´s Journal of Zoology mostra que o animal tinha mandíbulas tão fracas que suas presas provavelmente não poderiam ser maiores do que gambás.
"Nossa pesquisa mostrou que sua fraca mandíbula o restringia a caçar
presas pequenas e ágeis", diz a autora do estudo, Marie Attard,
pesquisadora da Universidade de New South Wales, na Austrália. "Esta é
uma característica incomum para um grande predador como este,
considerando sua substancial massa de trinta quilos e alimentação
carnívora." Ninguém considerava o inusitado, e a associação entre um
grande animal carnívoro e a capacidade de abocanhar grandes presas como
ovelhas deu suporte à perseguição que culminou em seu desaparecimento. A
introdução de cães na região, o desequilíbrio do ecossistema e a caça
humana teriam apressado o processo.
Também conhecidos como lobos-da-tasmânia, os animais do gênero Thylacinos eram
os maiores predadores a habitar a Austrália e a ilha de Nova Guiné há
mais de 2.000 anos. Durante a colonização europeia na região, no século
19, entretanto, estavam limitados à Tasmânia. Eles podiam ser marrons ou
cinzas, com cerca de vinte listras escuras do ombro até o rabo. Sua
cabeça, parecida com a de um cachorro ou lobo, era grande e exibia um
impressionante maxilar - apesar das pernas e rabos curtos. Tanto a fêmea
quanto o macho apresentavam marsúpio, a bolsa externa em que alguns
embriões de mamíferos se desenvolvem. FONTE: VEJA.COM