O tabloide americano "New York Post" diz, na edição deste domingo, que a camareira de hotel que acusa o ex-diretor-gerente do FMI Dominique Strauss-Kahn de abuso sexual é uma prostituta.
O tabloide cita uma pessoa ligada às investigações da defesa, que não quis se identificar, como fonte das acusações.
Na sexta-feira a credibilidade da camareira foi abalada depois que a Procuradoria de Nova York revelou em carta que ela mentiu em seu depoimento, sobre sua reação ao suposto abuso sexual, e também em situações anteriores.
Mas depois de admitir que mentiu, a camareira manteve e reiterou as denúncias contra Strauss-Kahn.
PROSTITUIÇÃO - Segundo a versão apresentada pelo "New York Post", a camareira "rotineiramente trocava sexo por dinheiro com hóspedes masculinos do hotel". E acrescenta que ela recebia "gorjetas extraordinárias" desses hóspedes.
Segundo a fonte anônima ligadas às investigações da defesa, a camareira parou o carrinho de limpeza em frente à suíte 2806, a que Strauss-Kahn estava hospedado na manhã do dia 14 de maio, e entrou no quarto já sabendo que ele era "um hóspede importante" porque havia uma foto dele no armário principal das camareiras.
O jornal diz, ainda segundo a fonte, que Strauss-Kahn se recusou a pagar a camareira depois de ela fazer sexo oral nele.
O jornal diz que a camareira permaneceu no quarto de hotel por mais nove minutos depois do ato sexual, enquanto Strauss-Kahn se vestia.
O jornal cita, ainda, que o Sofitel não é o primeiro hotel em que a camareira se prostituiu.
A versão apresentada pelo "New York Post" segue a linha de defesa de Strauss-Kahn, de que houve sexo consensual entre eles.
CREDIBILIDADE - A credibilidade da camareira começou a ser abalada na quarta-feira, quando a Promotoria de Nova York teve acesso à tradução de um telefonema dado por ela 48 horas depois da denúncia contra Strauss-Kahn para seu namorado em uma prisão de imigrantes no Arizona.
"Ela diz palavras como 'Não se preocupe, esse cara tem muito dinheiro. Eu sei o que estou fazendo,'", diz um funcionário da Procuradoria, de acordo com o "New York Times".
O telefonema da camareira alertou Procuradoria de Nova York para a possível falta de credibilidade da vítima.
Segundo o "New York Times", o telefonema foi gravado, mas a camareira e o namorado se falaram em "Fulani", uma das línguas da Guiné, país de origem da suposta vítima. A tradução só foi concluída na quarta-feira.
O "New York Times" comenta que o telefone levanta mais um problema em torno da acusação porque parecia que a camareira pretendia lucrar com o que teria ocorrido na suíte do hotel.
A revelação da conversa telefônica da camareira é mais um fato que depõe contra a sua credibilidade. Na sexta-feira, a Procuradoria divulgou uma carta em que detalha as mentiras contadas pela denunciante, tanto em situações anteriores quanto na sua reação após o suposto abuso sexual.
VERSÕES - A nova versão da camareira, segundo a Procuradoria, é de que após o incidente ela teria continuado seu trabalho antes de avisar a gerência do hotel sobre a agressão sexual.
"A autora da queixa, desde então, admitiu que o depoimento era falso e que, logo depois do incidente no quarto 2086, passou a limpar um quarto próximo e só depois fez o mesmo no 2086, antes de denunciar o caso a seus supervisores", indicaram os promotores, segundo documentos do tribunal.
Caso a nova versão do depoimento seja confirmada em audiência, a tese defendida pela defesa do ex-chefe do FMI (Fundo Monetário Internacional) --de que a relação sexual teria sido consensual-- deve ganhar força.
Na carta enviada pela promotoria, afirma-se que a suposta vítima deixou o quarto e limpou outro cômodo antes de denunciar a suposta agressão, ao invés de, em pânico, ter corrido imediatamente à gerência, como antes afirmara.
"No curso da investigação, a acusadora mentiu aos promotores distritais assistentes sobre vários outros assuntos, incluindo sua história, experiências prévias, circunstâncias presentes e relacionamentos pessoais", diz um trecho do documento.
Segundo Benjamin Brafman, um dos advogados de defesa do francês, Strauss Kahn será declarado inocente.
Os últimos elementos relacionados ao caso "reforçam nossa convicção de que será declarado inocente (...). É um grande alívio", disse.
A Justiça nova-iorquina suspendeu nesta sexta-feira a prisão domiciliar de Strauss-Kahn, mas as acusações por crimes sexuais abertas contra ele não foram abandonadas.
REVIRAVOLTA - O Tribunal Penal de Nova York libertou nesta sexta-feira o ex-diretor-gerente do FMI que estava há um mês e meio em prisão domiciliar.
Strauss-Kahn foi libertado sem fiança --o que indicaria que as acusações são menos graves do que as inicialmente apresentadas. FONTE: AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS