Detentas da Penitenciária Feminina Ana Maria do Couto May, em Cuiabá, aproveitam os retalhos de tecidos da fábrica de uniformes, que funciona no interior da unidade e onde algumas delas trabalham, para confeccionar roupas de frio para proteger seus filhos. A iniciativa, conforme a assessoria da Secretaria de Justiça e Direitos Humanos do Estado (Sedjuh), partiu das próprias reeducandas.
Alguns dos agasalhos, não por mera coincidência, são semelhantes aos uniformes usados pelas mães na unidade prisional. Além da fábrica de uniformes, as reeducandas também trabalham em uma oficina de costura e na confecção de bolsas e fabricação de salgados. Também dispõem de um salão de beleza.
Hoje, 44 crianças vivem no interior da unidade na companhia das mães. A permanência delas nas celas, entretanto, é "inconcebível" na avaliação do promotor da Infância e Adolescência, José Antônio Borges. Ele pediu ao governo do estado a construção imediata de um espaço com estrutura necessária para abrigar os filhos das detentas, com exceção dos bebês com menos de seis meses, conforme assegurado na Constituição Federal.
Para o promotor, a situação é grave, pois os filhos das reeducandas nascidos recentemente são obrigados a conviver com as crianças de até três anos, que vivem no local. "É preciso de um abrigo que ofereça assistência psicológico e social", defendeu, ao argumentar que é preciso deixar algumas crianças com os respectivos parentes e que apenas visitem as mães.
O secretário de Justiça e Direitos Humanos do Estado, Paulo Lessa, alegou que há um projeto em andamento para a instalação de um berçário para abrigar os filhos das reeducandas. Segundo ele, a obra está em processo de licitação. FONTE: G1