A TNK-BP, terceira maior petroleira da Rússia, assinou acordo para a compra da participação de 45% da brasileira Petra em blocos de petróleo e gás na bacia do Solimões, na Amazônia, informou nesta segunda-feira a HRT, companhia que tem participação majoritária e é a operadora nos blocos.
O acordo, que havia sido antecipado pela Reuters na sexta-feira, abrange os 21 blocos que a HRT e a Petra exploravam em conjunto na bacia do Solimões. O valor da operação não foi revelado. A HRT possui 55% dos blocos e a Petra controlava o restante.
"O valor da transação dependerá do futuro desempenho dos ativos", afirmou a HRT em nota.
Em maio, a HRT informou à Petra que pagaria um "preço fixo e não ajustável" de R$ 1,29 bilhão (US$ 796 milhõe) por sua participação no Solimões, exercendo assim seu direito de compra, segundo um acordo de 2009 fechado entre as duas companhias.
Ao mesmo tempo, a HRT informou que iria negociar com a TNK-BP, que já havia feito uma oferta à Petra e foi recusada por ser considerada financeiramente insuficiente.
O Bradesco avaliou como positiva a nova parceria da HRT, ressaltando que a TNK-BP, além de uma grande participante do mercado --uma das dez maiores produtoras independentes do mundo-- tem experiência em produção e comercialização de óleo leve e gás natural.
"Por isso, a capacidade de financiamento da parceira da HRT para cumprir os investimentos necessários na bacia do Solimões não será mais uma questão relevante", afirmou o Bradesco em nota.
Segundo estimativas iniciais, o óleo encontrado na bacia do Solimões teria entre 43 e 47 graus API, "um dos melhores do Brasil", segundo afirmou em janeiro o presidente da HRT, Márcio Mello.
ESTREIA RUSSA
Esta é a primeira vez que uma empresa russa entra na exploração e produção de petróleo no Brasil, que até 2008 realizava leilões anuais de blocos de petróleo e gás natural e que prevê uma 11ª rodada de licitações para este ano, ainda sem data marcada.
A TNK-BP é uma joint venture entre a britânica British Petroleum e o grupo AAR (Alfa, Access/Renova). Cada parte detém 50% da companhia.
Indiretamente, a operação amplia a presença da BP no país, empresa que aguardou mais de um ano para a ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis) autorizar a compra dos ativos da norte-americana Devon no Brasil, por conta do acidente ambiental da BP no golfo do México.
A HRT permanecerá como operadora do projeto do Solimões, tendo a TNK-BP com uma participação mais ativa durante os períodos de desenvolvimento e produção, informou a HRT em um comunicado.
A expectativa da TNK-BP é finalizar os acordos antes do fim de agosto e submeter a operação à aprovação do conselho de administração até setembro. A previsão da HRT é de que o primeiro óleo da bacia do Solimões será extraído em 2012.
Os blocos da HRT na Amazônia contêm até o momento 11 acumulações de hidrocarbonetos, que foram avaliadas pela certificadora DeGolyer and MacNaughton em 783 milhões de barris de óleo equivalente em recursos prospectivos e contingentes. FONTE: REUTERS