Um estudo inédito da consultoria LCA revela que será preciso investir R$ 150 bilhões até 2020 para nivelar a internet brasileira com a de países europeus oferecendo pacotes de, no mínimo, 2 Mbps (megabits por segundo). A cifra representa 63% de todo o investimento já realizado pelo setor desde a privatização, em 1998.
O levantamento, que será divulgado hoje durante o Telebrasil, evento promovido pela Associação Brasileira de Telecomunicações, traçou cenários possíveis a partir do cruzamento de variáveis como velocidade das conexões e tempo para massificação dos acessos.
O cenário mais modesto que aumenta os acessos mas ainda não massifica o serviço prevê investimentos de R$ 50 bilhões até 2014 e, neste caso, a velocidade de conexão não chega a 1 Mbps (megabit por segundo).
Com esse aporte não seria cumprida a meta inicial do PNBL (Plano Nacional de Banda Larga) de levar internet a 68% dos domicílios do país --algo que poderia ocorrer com R$ 150 bilhões, cenário mais ousado.
MUDANÇAS - Em todas as simulações, a consultoria considera a participação das operadoras móveis. A Folha apurou que elas estarão na mesa de negociação com o Ministro Paulo Bernardo (Comunicações) aderindo ao "novo PNBL".
É assim que o programa está sendo chamado após a mudança de rumo na Telebras que, com o novo presidente (Caio Bonilha), atuará como fornecedor complementar de infraestrutura para as operadoras privadas --fixas e, agora, também as móveis.
Na versão anterior do PNBL, a Telebras tinha um papel central. Tanto que poderia competir com ofertas de varejo onde as teles não tivessem interesse comercial.
A Folha apurou que esse discurso teve de mudar porque o governo percebeu que teria de injetar recursos inexistentes no orçamento para poder levar sozinho o plano adiante caso as teles não aderissem ao programa.
Pela primeira vez, um estudo dá ideia do nvestimento necessário para fazer sair do papel o plano que foi idealizado pelo ex-presidente Lula e transformado em um dos pilares de seu governo pela presidente Dilma. FONTE: FOLHA.COM