O comandante do avião da Presidência da República, coronel Geraldo Corrêa de Lyra Júnior, infiltrou uma amiga nos voos de ida e volta que levaram Dilma Rousseff para descansar em Natal (RN) no Carnaval. O episódio abriu uma crise no GSI (Gabinete de Segurança Institucional), responsável pela segurança da presidente. O coronel botou no avião presidencial a professora de educação física Amanda Correa Patriarca, irmã de Angélica Patriarca, comissária da mesma aeronave.
Para a reportagem, Amanda disse que o coronel ajudou a colocá-la no avião de última hora porque ele é "amigo" de sua família. Todos viajaram a Natal e ficaram na cidade a passeio entre 4 e 8 de março. Em entrevista à rádio Estadão ESPN na manhã desta quinta-feira (7), a professora de educação física disse que ela própria se convidou para a viagem. Amanda contou que, como tinha espaço no avião, havia a possibilidade de ela viajar nesse voo, com autorização do comandante.
Ela esclarece que viajou em um compartimento separado da presidente e de sua comitiva e não teve contato com Dilma, que também não sabia de sua presença. Na capital do Rio Grande do Norte, ainda segundo a professora, ela não ficou no mesmo local que a presidente, tendo se hospedado em um hotel com a irmã e pago uma cama extra.
A presença de uma estranha alojada de improviso no avião presidencial, sem a ciência de Dilma, foi considerada internamente um risco às regras no aparato de segurança e uma ousadia ao rigor militar. Ontem, questionado pela reportagem, o GSI entrou numa operação com o Palácio do Planalto para evitar expor o episódio.
Na avaliação interna do Palácio do Planalto, a atitude do comandante do avião poderia colocar em xeque a autoridade de Dilma já que, teoricamente, somente ela teria a prerrogativa de convidar passageiros para seu voo.
A reportagem procurou o GSI para se manifestar oficialmente sobre o episódio. A assessoria do órgão repassou o caso para a Presidência da República. A assessoria do Planalto, oficialmente, disse, numa breve nota, que somente autoridades dos Três Poderes têm autorização para solicitar ao GTE (Grupo de Transporte Especial), comandado pelo coronel Lyra Júnior, a presença de passageiros. Ou seja, ele não poderia ter colocado uma amiga no voo presidencial. FONTE: AGÊNCIA ESTADO