De acordo com a revista, a dificuldade para o Banco Central é que cada alta dos juros - "já maiores que os de qualquer grande economia" - torna o Brasil mais atraente para o capital estrangeiro "sem limites", o que derruba a cotação do dólar, prejudicando as exportações.
Segundo a Economist, o real está "muito mais forte do que tanto o governo quando a indústria gostariam", com o dólar em sua cotação mais baixa em três anos.
A revista cita as “medidas macroprudenciais” tomadas pelo governo para tentar conter a inflação sem valorizar excessivamente o real, como o aumento do compulsório dos bancos.
"O perigo de tentar controlar a taxa de câmbio e a inflação simultaneamente é o risco de perder o controle de ambas", diz a Economist. "A política monetária no Brasil está tentando domar dois cavalos selvagens ao mesmo tempo."
A Economist diz que o governo brasileiro tem medo de “liberar o fluxo de capital externo, deixar o real se valorizar à vontade e cortar gastos para eliminar o crescente deficit fiscal”, algo que tem sido aconselhado por economistas na atual conjuntura, devido ao medo de que isso gere uma “fuga desestabilizadora” de capital caso países ricos adotem políticas monetárias mais restritivas, como, por exemplo, se aumentarem os juros.
A revista afirma ainda que outro grande desafio para a presidente Dilma Rousseff será o reajuste previsto do salário mínimo de 7,5% acima da inflação em 2012, o que aumentaria ainda mais os gastos públicos e pode gerar mais inflação. FONTE: BBC BRASIL