O ditador Muamar Kadafi continua vivo após um bombardeio da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) aos prédios de seu complexo residencial, na capital líbia, Trípoli. Segundo um representante do regime, o objetivo do atentado era matar o mandatário. "A mensagem dada pela Otan durante a madrugada foi enviada ao endereço errado", disse o porta-voz do governo líbio Mussa Ibrahim em um comunicado.
Fortes explosões foram ouvidas no centro de Trípoli pouco depois da meia-noite, quando aviões de combate sobrevoaram a capital. Um funcionário líbio disse que 45 pessoas ficaram feridas no ataque aéreo, 15 com gravidade. Ele acrescentou que não sabia se havia vítimas entre os escombros. "Foi uma tentativa de assassinar o coronel Kadafi", afirmou o funcionário. Um filho de Kadafi, Seif Al Islam, qualificou a ação de uma "covardia". Segundo ele, o governo não abandonará a batalha, e não está com medo.
Rebeldes - Em Misrata, 215 quilômetros a leste de Trípoli, os rebeldes fizeram avanços significativos no domingo em uma importante rua da cidade sitiada, onde moradores vivem entre os disparos há 50 dias. O regime líbio já disse que pararia de atacar a cidade portuária, que vive uma crise humanitária, porém houve disparos de foguetes e outros feitos com armas automáticas no domingo.
Os rebeldes capturaram ou mataram a maioria dos atiradores de elite que atacavam Misrata. Disparos de artilharia durante a madrugada mataram pelo menos 10 pessoas, entre elas crianças, disseram testemunhas e médicos nesta segunda-feira. No sábado, 28 pessoas morreram e 100 ficaram feridas em Misrata. Em média, morrem ali 11 pessoas por dia, segundo o médico Khalid Abu Falra, da principal clínica privada na cidade.
Mais vítimas - Nesta segunda, moradores de Zintan, no oeste líbio, disseram que quatro pessoas foram mortas por ataques com foguetes lançados por tropas de Kadafi. Além disso, nove pessoas ficaram feridas, nos ataques ocorridos ontem. Zintan fica perto da fronteira com a Tunísia. No fim da sexta-feira, duas pessoas morreram em ataques aéreos da Otan em Zintan, segundo a agência estatal Jana.
Grandes protestos começaram na Líbia em fevereiro, inspirados pelos levantes que depuseram os presidentes de Tunísia e Egito. A situação na Líbia evoluiu para um confronto, porém, quando tropas de Kadafi atacaram manifestantes, a oposição reagiu tomando várias cidades no leste do país. FONTE: VEJA