JEITINHO BRASILEIRO: Proibido, "bolão" ganha nome de "surpresinha" em agência lotérica paulista

Em algumas casas lotéricas de Ribeirão Preto (313 km de São Paulo) o popular bolão mudou de nome, mas continua a ser oferecido aos clientes, apesar da proibição da Caixa Econômica Federal. Em outras, nem o nome mudou. Tudo para atrair o apostador em dia de prêmio recorde da Mega-Sena. O prêmio acumulado previsto para o sorteio de hoje é de R$ 70 milhões. O valor só é menor que o pago na Mega da Virada que, em 31 de dezembro, rendeu prêmio de R$ 144 milhões. A Folha comprou ontem (26), em uma lotérica no centro da cidade, um jogo batizado como "surpresinha" em que 14 apostadores concorrem com 24 jogos automáticos de seis números. Cada um paga R$ 10. Se vender os 14, a lotérica tem um lucro de R$ 92 com o bolão. O único recibo emitido para o apostador é um xerox dos bilhetes oficiais. A funcionária da lotérica que vendeu o bolão disse que a assinatura do responsável na parte superior da cópia garante o recebimento do prêmio, o que a Caixa nega. Por telefone, a Folha constatou que, seis de dez casas lotéricas consultadas, mantém a venda de bolões. Em uma delas a funcionárias ofereceu também o serviço de entrega dos jogos gratuitamente. A assessoria de imprensa das loterias da Caixa informou que o bilhete original emitido pelo terminal da lotérica é o único documento que garante o recebimento do prêmio. Segundo a assessoria, a venda de bolões é proibida e pode resultar em cassação do direito de correspondente lotérico. Um comunicado foi divulgado nesta semana lembrando da proibição depois que 40 apostadores de Novo Hamburgo (RS) acertaram os seis números, mas não receberam prêmio de R$ 52 milhões porque o bolão comprado por eles não foi registrado pela lotérica. Precavida, a copeira Neide Oliveira Galante, de Ribeirão, preferiu organizar o próprio bolão com 34 colegas do banco onde trabalha. "Quero o prêmio para viver viajando, sem me preocupar com trabalho." FOLHA RIBEIRÃO
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