A polícia de Israel invadiu o complexo da mesquita de al-Aqsa neste domingo jogando granadas de efeito moral em palestinos que revidavam com pedras, em outra erupção de violência na área mais delicada da cidade sagrada.
Um médico da organização Crescente Vermelho disse que seis palestinos foram feridos. A polícia disse que três de seus oficiais se feriram.
Os conflitos se seguem a um incidente similar um mês atrás. Eles parecem indicar que a violência não vai diminuir, o que dificulta a tentativa dos Estados Unidos de reavivar diálogos de paz entre israelenses e palestinos.
Mas os confrontos iniciados por muçulmanos que reagiam a um rumor de que judeus ortodoxos planejavam entrar no local lembrou como Jerusalém é um caldeirão de disputas políticas e religiosas.
A polícia não entrou no edifício da mesquita de al-Aqsa, situada em al-Haram al-Sharif (Santuário Nobre). Para os muçulmanos, o local é o terceiro mais sagrado depois de Meca e Medina na Arábia Saudita.
O complexo é considerado sagrado também pelos judeus que o chamam de Monte do Templo, onde os dois templos bíblicos estiveram um dia. Israel capturou o local na guerra de 1967, junto com o resto do de Jerusalém oriental e partes da Cisjordânia, que o país anexou.
No último conflito, dezenas de jovens árabes jogaram pedras, tijolos e tanques de água na polícia nas estreitas vielas ao redor do complexo da mesquita que fica logo acima do Muro das Lamentações, lugar sagrado para o judaísmo.
A tropa de choque correu para dentro do complexo protegida por escudos e capacetes e armada de cassetetes e utilizou bombas de efeito moral para afastar os muçulmanos que os atacavam com pedras. Os muçulmanos se entrincheiraram dentro da mesquita de al-Aqsa.
Um porta-voz da polícia disse que 15 pessoas foram presas e que a calma havia voltado à região. O policiamento foi aumentado em Jerusalém oriental.
Autoridades palestinas reclamam que Israel está fechando o cerco e enrijecendo o controle sobre a cidade antiga e parte Jerusalém oriental.
Israel diz que Jerusalém toda é sua capital, uma afirmação que não é reconhecida internacionalmente, e diz que a construção de casas para judeus ali continuará apesar de pedidos dos palestinos e de autoridades internacionais para que o avanço pare.
Os palestinos querem Jerusalém oriental como a capital de um Estado que eles esperam estabelecer na Faixa de Gaza e na Cisjordânia. REUTERS