Hoje já é possível ser um criador de games "profissional", reconhecido por diploma. O objetivo do curso, que dura de dois a quatro anos dependendo da faculdade, é formar pessoas que tenham noção de toda a criação de jogos digitais.
Entre as matérias estão ética, psicologia, cultura, mitologia, teologia, design, roteiro, história dos games, desenho, edição de vídeo, modelagem e programação. Rogério Cardoso, coordenador do curso de tecnologia em jogos digitais da PUC-SP, explica que essa variedade de disciplinas é importante.
- O aluno aprende a ver o jogo de outra maneira, mais completa que um simples amante do assunto. Psicologia e ética ajudam, por exemplo, na criação dos personagens. O roteiro representa toda a sequência de ações e os objetivos do game e as partes práticas como modelagem e programação servem para fazer o jogo funcionar de acordo com o lugar para qual o game é destinado.
Existem 19 cursos de graduação distribuídos nos estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Espírito Santo, Ceará, Paraná e Minas Gerais.
Todos são de instituições de ensino privadas e custam de R$ 400 a R$ 1.200 por mês. É essencial ter inglês avançado para entrar no mercado de trabalho. Cardoso explica que o aluno precisa ficar de olho na produção estrangeira.
- Estados Unidos, Japão, Coreia e China destacam-se como referências. Pela internet, o aluno deve prestar atenção nas tendências mundiais. Muito se fala sobre a necessidade de aprender a falar em mandarim (língua oficial chinesa), mas o inglês ainda é mais importante.
Os estágios em empresas especializadas em jogos no Brasil ainda são escassos. A maioria das vagas está em agências de publicidade e marketing que usam os jogos para serem usados em sites durante campanhas publicitárias.
Game para educação - A paulistana Sabrina Carmona está no último ano da faculdade de Tecnologia em Jogos Digitais da PUC-SP e é responsável pela pesquisa e desenvolvimento de novos projetos educacionais ligados à internet da rede de escolas de inglês Cultura Inglesa.
Ela cria jogos, exercícios e atividades interativas e multimídia para a área de ensino online offline da rede. Sabrina também produz tours virtuais que são usados pela empresa em eventos. Ela conta que os motivos que a levaram a fazer o curso.
- Os conhecimentos que eu tinha era apenas de usuária de games. Eu apenas jogava jogos em consoles e no PC, nunca tendo desenvolvido nada. Decidi fazer design de jogos digitais porque envolve criatividade e dá a oportunidade ao estudante de oferecer propostas inovadoras para o mercado de acordo com o que o público que a sociedade busca como entretenimento por meio dos jogos.
Durante a graduação as matérias que ela mais gostou foram roteiro, desenvolvimento de personagens, animação 3D, áudio e modelagem 3D.
- Curti até mesmo programação, que apesar de não ser meu forte, conseguir programar um jogo é algo muito gratificante, pois é o caminho pelo qual o estudante você consegue ver o resultado final de todo o trabalho.
Sabrina já elaborou alguns pequenos games na faculdade e começou seu trabalho de conclusão de curso, que consiste em criar um jogo completo.
O salário para um recém-formado é de aproximadamente R$ 2.000 e pode chegar a valores inimagináveis, quando a contratação é feita por empresas líderes do setor de entretenimento como Sony e Microsoft. R7