ONG cria site para colocar favelas do Rio no mapa

Comunidades carentes do Rio de Janeiro excluídas do foco de mapeamento de ruas disponíveis na Internet estão aproveitando ferramentas da Web para se inserirem no mapa digital da cidade. O Projeto WikiMapa, do Programa Rede Jovem da organização não-governamental Comunitas, está mapeando pontos de interesse de cinco comunidades cariocas de baixa renda, inserindo num mapa online informações sobre serviços oferecidos e locais públicos, desde postos de saúde e quadras esportivas a mercados e barbearias. As informações são registradas no mapa por integrantes das próprias comunidades e podem ser ampliadas e editadas por qualquer pessoa com registro no site wikimapa.org.br. Os dados podem ser inseridos inclusive por celular. "Antes de iniciarmos o projeto, a gente percebeu que os moradores em geral não conheciam nem a própria comunidade. Eles buscavam fora da comunidade o que precisavam", afirmou Patrícia Azevedo, coordenadora estratégica do Programa Rede Jovem, que tem foco em inclusão social com uso de novas tecnologias. "A ideia é mostrar que as comunidades não são exatamente aquilo que os jornais divulgam. Os jornais publicam mapas da violência e estamos indo na contra-mão disso. Queremos mostrar que existe um outro lado que é não apenas o tráfico", afirmou. As comunidades que fazem parte da primeira fase do projeto, que pode se estender para outras cidades no próximo ano, são Complexo do Alemão, Cidade de Deus, Morro do Pavão-Pavãozinho, Morro Santa Marta e o Complexo da Maré. Em cada uma dessas localidades um "wiki-repórter", munido com celular GPS e software de mapeamento desenvolvido pelo projeto insere informações sobre serviços oferecidos e locais de frequência pública, com dados históricos e registros audiovisuais de cada local mapeado. "O Morro Santa Marta e o Morro Pavão-Pavãozinho estão fora, inclusive, dos serviços de mapas online disponíveis atualmente. Não tem uma rua mapeada", disse Azevedo. "A contribuição que o WikiMapa pode dar é mostrar que pode ser interessante investir nesses lugares." O projeto, conta em sua fase inicial com o apoio do Instituto Oi Futuro, da operadora de telecomunicações Oi. REUTERS
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