A morte de Michael Jackson foi declarada oficialmente pelos médicos às 14h26 da quinta-feira 25, em Los Angeles. Seis minutos antes, contudo, a notícia já corria mundo. O furo de reportagem veio do mesmo veículo que já havia revelado a internação do cantor: o TMZ, que conjuga o sensacionalismo dos tabloides à agilidade da internet. Na semana passada, o site continuou na dianteira: nenhuma publicação oferecia tantas novidades. Com apenas quatro anos de existência e acessado, em média, por 4 milhões de pessoas ao mês, o TMZ já havia divulgado outras histórias de impacto, como o rompante antissemita do ator Mel Gibson ao ser preso dirigindo alcoolizado ou a foto da cantora Rihanna depois de apanhar do namorado (veja o quadro ao lado). Agora, mostrou ter estâmina de peso-pesado no jornalismo sobre celebridades.
O TMZ pertence ao gigante do entretenimento Time Warner, mas seu sucesso deve ser creditado ao homem que o inventou e dirige, o americano Harvey Levin – também estrela de sua versão para a televisão, o TMZ TV, transmitido no Brasil pelo canal Warner. O nome vem da expressão Thirty Mile Zone, cunhada nos anos 60 para designar a área de Los Angeles (delimitada por um raio de 30 milhas) onde se concentram os estúdios de cinema e TV. Aos 58 anos e gay assumido, Levin se gaba de possuir uma rede de informantes que cobre cada palmo desse perímetro. A concorrência o acusa de ir além dos ditames éticos por supostamente pagar pela informação que recebe de suas fontes. Levin só admite que o site dá "gorjetas" por dicas de reportagens.
O espírito de tabloide faz com que o TMZ seja visto com desconfiança pela imprensa tradicional. A CNN (também da Time Warner) não endossou a notícia da morte de Jackson até a confirmação oficial. O que criou uma situação inusitada: por um bom tempo, Jackson estava morto na internet, mas continuava vivo na TV. VEJA