O jornal cubano "Juventud Rebelde" criticou a decisão da empresa americana Microsoft de bloquear no país o serviço de mensagem instantânea MSN Messenger, mas afirmou "que é apenas um novo reforço no bloqueio tecnológico à ilha".
Um artigo do jornal, reproduzido por outros veículos de comunicação, afirma que a decisão faz parte de uma política que "tem uma antiguidade de 50 anos, desde que começou a se instrumentar o emaranhado labirinto legal que formam as leis e regulações tecidas para bloquear Cuba".
O periódico acrescenta que "o mais paradoxal é que a medida seja tomada precisamente por uma empresa como a Microsoft".
Segundo o jornal, a companhia, "ao lançar há uma década o serviço de Messenger, espalhou aos quatro ventos que este se dedicaria a fomentar a troca 'livre' entre as pessoas, sem distinção de raça, credo, crenças políticas ou qualquer outro elemento discriminatório".
"Por que a Microsoft tomou esta medida exatamente agora?", questionou o "Juventud Rebelde".
"Sequer os porta-vozes da companhia deram uma resposta eficaz a isso, apesar de o Messenger estar ativo desde 1999, e, portanto, desde seu início até a semana passada esteve 'violando' o bloqueio", acrescentou.
O bloqueio do Messenger afeta países como Cuba, Irã, Coreia do Norte, Síria e Sudão, contra os quais os Estados Unidos aplicam restrições comerciais.
Microsoft se defende - Em comunicado divulgado nesta terça-feira, a Microsoft ressaltou que, da mesma forma que outras companhias, "está limitada quanto aos produtos e serviços que pode oferecer a aquelas pessoas de países submetidos a embargo, em cumprimento da legislação do Governo dos EUA".
Segundo o "Juventud Rebelde", "a lista de programas bloqueados (para Cuba) aumenta com alguns tão famosos como Microsoft Office, Adobe Photoshop, ACDSee, Internet Explorer, WriteExpress, Borland; ou softwares como Norton Antivírus, Panda Antivírus, Mcafee ou AVP, entre outros".
"Talvez o exemplo mais evidente neste sentido seja o buscador Google, o mais usado da internet, através do qual diariamente são realizadas mais de 20 milhões de consultas", acrescenta o jornal oficial cubano.
"Serviços acessórios oferecidos pelo buscador, como Google Earth, Google Desktop Search, Google Code ou Google Toolbar, também não estão disponíveis para os cubanos", acusou. EFE