Dar remédio antiverme a meninas pode reduzir HIV na África

Dar um remédio antiverme barato para milhões de garotas na África rural poderia reduzir substancialmente a transmissão do vírus que causa a Aids, afirmam pesquisadores.
A droga praziquantel, que custa apenas 32 centavos de dólar por criança, preveniria a esquistossomose, uma doença causada por um verme que começa como uma infecção no trato urinário, mas, se não for tratada, pode levar a feridas nos genitais femininos, capazes de facilitar a entrada do HIV. Uma vez que a lesão aparece, a droga pode matar os vermes, mas não cura as feridas. Por isso, as garotas devem ser protegidas antes de atingir a maturidade sexual.
O estudo, realizado por pesquisadores do Sabin Vaccine Institute, do Imperial College London e do Hospital Universitário de Oslo, aparece na publicação "PLoS Neglected Tropical Diseases".
Existem 207 milhões de casos de esquistossomose no mundo, 90% deles na África. Nesse continente, os humanos geralmente a contraem ao entrarem em águas infestadas de lesmas, para nadar ou lavar roupa. Os vermes deixam as lesmas e penetram na pele humana. O primeiro sintoma é sangue na urina.
O sucesso de um programa-piloto em Burkina Faso sugere que todas as 70 milhões de crianças até a idade escolar que estão infectadas na África possam ser tratadas por US$ 22 milhões. Repetir a operação a cada dois anos, durante uma década, custaria US$ 112 milhões.
"Com esse investimento relativamente pequeno, a saúde reprodutiva de jovens mulheres seria melhorada", escreveram os autores, "e existe uma possibilidade razoável de que a transmissão do HIV/Aids seja reduzida". THE NEW YORK TIMES
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