Gravidez livra britânica de pena de morte no Laos

O governo do Laos anunciou nesta terça-feira (5) que a britânica Samantha Orobator, de 20 anos, não será executada. Presa desde agosto no país asiático, Samantha enfrenta uma acusação de tráfico internacional de drogas, que prevê a pena de morte no Laos, mas escapou por estar grávida. A ONG Reprieve, que tem acompanhado o caso, diz que a defesa da britânica está sendo dificultada e que ela pode ter sido estuprada na prisão.
De acordo com o site da rede de TV americana CNN, um porta-voz do Ministério do Exterior do Laos, Khenthong Nuanthasing, afirmou que a possibilidade de execução por fuzilamento foi descartada pois Samantha está grávida e deve ter a criança em setembro. Como a data indica que a britânica teria ficado grávida em janeiro deste ano, a Reprieve diz acreditar que Samantha foi estuprada. “É óbvio que ela ficou grávida na prisão, e nos preocupamos porque provavelmente não foi um ato consensual”, disse à CNN Anna Morris, advogada da Reprieve que foi ao Laos acompanhar o caso.
O porta-voz do governo do Laos afirmou que a gravidez está sendo investigada, mas que, ao ser presa, Samantha teria dito que esperava um bebê de seu namorado. Segundo Khenthong Nuanthasing, ela teria perdido a criança quando usou um medicamento para curar uma infecção vaginal.
Além do suposto estupro, a ONG britânica protesta contra o cerceamento da defesa de Samantha Orobator. Clive Stafford Smith, diretor da Reprieve, escreveu carta aberta ao secretário do Exterior do Reino Unido, David Miliband, afirmando que a atitude das autoridades no Laos é “inaceitável”. Sem embaixada no país asiático, o governo britânico enviou um cônsul para o Laos no fim de semana. Anna Morris, a advogada da Reprieve, também foi ao país, mas não conseguiu um encontro com Samantha. “Ela precisa de um advogado local e estamos pressionando as autoridades para que um seja constituído o mais rápido possível”, disse. O julgamento ainda não foi marcado, mas deve ocorrer na próxima semana.
Segundo a CNN, Samantha, que nasceu na Nigéria e foi com os pais para o Reino Unido aos oito anos, teria entrado no Laos com 680 gramas de cocaína, uma quantidade de droga que poderia ser vendida por até US 150 mil em uma cidade como Nova York. A mãe de Samantha, Jane Orobator, diz que sua filha “não é o tipo de pessoa que se envolveria com tráfico de drogas” e que não sabe o que sua filha estava fazendo no Laos. ÉPOCA
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