Bashir desafia Tribunal Internacional

O presidente do Sudão, Omar al-Bashir, que teve usa prisão decretada pelo Tribunal Penal Internacional (TPI) na quarta-feira (4), desafiou nesta quinta-feira (5) a decisão da corte em seu primeiro discurso público após o ocorrido. Bashir disse que o Sudão “não se importa com a TPI”, denunciou crimes de guerra em outros países e confirmou a expulsão de agências humanitárias.
Discursando em frente a milhares de pessoas em Cartum, a capital do país, Bashir disse que seu país “rejeita a hegemonia e o colonialismo” e que “está pronto para enfrentar” o ocidente. Mais tarde, Bashir confirmou que dez organizações não-governamentais foram expulsas do país, segundo ele por estarem cometendo atividades irregulares ou por apoiarem a TPI.
Ninguém sabe quem vai prender Bashir - A decisão da corte é resultado do pedido feito em julho de 2008 pelo argentino Luís Moreno-Ocampo, procurador-geral do Tribunal, que diz ter fortes evidências para o caso contra Bashir. Na terça-feira (3), Ocampo afirmou ter depoimentos de pelo menos 30 pessoas que poderiam comprovar a participação do presidente sudanês nos crimes de guerra. São cinco acusações de crimes contra a humanidade – assassinato, extermínio, êxodo forçado, tortura e estupro – e duas por crimes de guerra – ataque contra civis e pilhagem. A acusação de genocídio foi excluída da ação pelos juízes que fizeram a avaliação preliminar do caso por 2 votos a 1.

O governo do Sudão é obrigado a prender Bashir, mas como é ele o chefe do governo, não há nenhuma perspectiva de que tal coisa ocorra. A TPI, que pela primeira vez na história (foi fundada em 2002) ordena a prisão de um chefe de estado, não tem uma polícia própria e a força de paz da ONU que está no país não tem autorização para prender criminosos de guerra. ÉPOCA

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