Lei que promove militares seqüestrados gera polêmica na Colômbia

Uma nova lei que promove oficiais das Forças Armadas que estejam ou tenham estado sequestrados por guerrilhas provocou polêmica na sexta-feira, quando alguns argumentaram que ela poderia se tornar um empecilho à libertação de reféns.
A lei, que no entanto foi elogiada por parentes das vítimas, busca melhorar as condições econômicas das famílias de policiais e militares, e evitar que suas carreiras sofram atrasos.
Mas alguns parlamentares disseram que a lei vai beneficiar a guerrilha Farc, que agora terá oficiais de mais alta patente para negociar.
O caso mais representativo é o do coronel da polícia Luis Mendieta, que passará a general após mais de dez anos no cativeiro.
"Para nós de imediato é algo bom, positivo", disse María Teresa de Mendieta, esposa do agora general. "As Farc os mantêm não por patente, nem por posição social, por nada disso, porque se fosse assim o meu esposo já teria saído há muito tempo."
O senador Elmer Arenas disse que, promovidos, os oficiais viram "um troféu" para a guerrilha, e por isso sugeriu que a promoção seja efetuada apenas após a libertação ou morte dos reféns.
As Farc mantêm consigo 26 policiais e militares, os quais, junto com dois políticos, pretende trocar por cerca de 500 guerrilheiros presos.
Serão beneficiados também 11 militares resgatados em julho junto com a ex-candidata a presidente Ingrid Betancourt.
A guerrilha também mantém cerca de 700 civis como reféns, mas no caso deles exige milionários resgates em dinheiro, fonte do seu financiamento, junto com o narcotráfico.
Em meio à polêmica sobre a nova lei, parentes dos reféns dizem continuar esperando por eles.
"Não sei o que (a lei) representa para o meu esposo, a única coisa que eu quero é tê-lo aqui ao meu lado, com a patente que seja", concluiu Mendieta, aos prantos. (REUTERS)
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