BC: alta do dólar reduz dívida para menor nível desde 1998

A dívida líquida do setor público em novembro chegou ao patamar de R$ 1,04 trilhão, o que equivale a 34,9% do Produto Interno Bruto (PIB). O valor representa o menor patamar desde maio de 1998, quando a relação dívida/PIB registrava 33,9%. Na comparação com outubro, a dívida teve recuo de 1,4 ponto percentual na mesma base de comparação, informou nesta terça-feira o Banco Central (BC).

De acordo com o chefe do Departamento Econômico (Depec) da autoridade monetária, Altamir Lopes, a alta do dólar foi um dos fatores responsáveis pela cifra registrada em novembro - a quarta queda consecutiva dos montantes da dívida pública. Segundo o órgão, no acumulado do ano, a dívida líquida teve queda equivalente a 7,1 pontos percentuais no ano na relação dívida/PIB. "A relação dívida líquida/PIB é a mais baixa desde maio de 1998, quando era de 33,9%. (É justificada) pelo esforço primário e pela depreciação cambial que se observou no período. É uma redução bastante expressiva, e a tendência dessa relação dívida/PIB é de desaceleração", explicou Lopes, destacando que a cada 10% de alta do dólar se reduz em 1,5 ponto percentual a relação dívida/PIB.

"(Este indicador) é de fundamental importância para um país como o Brasil. Mostra a condição de solvência do país. É um indicador de maior confiança ao investidor, principalmente o externo, e isso reflete mais investimento e mais geração de empregos", completou o chefe do Departamento Econômico.

Para 2008 como um todo, o Banco Central estima uma relação dívida/PIB de 35,8%, com taxa média de juros de 12,4% e dólar de R$ 2,36 ao final de dezembro. Para este ano, a previsão é que o déficit nominal do País fique em 1,7% do PIB.

Nos doze meses encerrados em novembro, o déficit nominal estava em 1,21% do PIB.

Nas perspectivas para 2009, a autoridade monetária estima 35,1% para a comparação da dívida com o produto interno bruto, juros médios de 12,4% e dólar de R$ 2,25 no final do período. Já o déficit nominal, segundo o BC, deve ficar em 1% do PIB no ano que vem. (Terra/Reuters)

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