Justiça dos EUA rejeita último recurso em polêmica sentença de morte

Troy Anthony Davis chega ao tribunal para audiência
A Corte Superior do Estado da Geórgia, no sudeste dos Estados Unidos, rejeitou nesta quarta-feira o recurso apresentado pelo condenado à morte Troy Davis, 42, que deve ser executado na noite desta quarta-feira.

O juiz Thomas Wilson rejeitou os recursos apresentados na manhã desta quarta-feira e "agora vamos apelar à Suprema Corte da Geórgia", disse o advogado Brian Kemmer duas horas antes da agendada execução por injeção letal ao homem condenado à morte em 1991 pelo assassinato de um policial.

Davis, cujo caso provocou uma onda de protestos em todo o mundo, apresentou na manhã de hoje dois recursos para evitar sua execução, às 19h locais (20h em Brasília), insistindo sobre sua inocência e nas diversas dúvidas provocadas pelo processo judicial.

Um recurso de habeas corpus e outro para deter a execução foram apresentados na Corte Superior do condado de Butts, na Geórgia, que esta tarde rejeitou as duas medidas.

Após saber da decisão do Comitê de Indultos da Geórgia, que negou seu pedido de clemência, Davis solicitou na terça-feira para ser submetido a um detector de mentiras, o que também foi negado.

O advogado Brian Kammer ressaltou mais cedo que a defesa está em condições de apresentar "provas" segundo as quais o médico legista que realizou a autópsia do corpo do policial morto deu "um falso testemunho" no relatório balístico no qual a justiça se baseou para pronunciar sua sentença.

Na terça-feira, o comitê de indultos da Geórgia havia rejeitado um recurso apresentado pelos advogados do condenado, que já escapou de três execuções graças a diversos recursos judiciais.

No corredor da morte há 20 anos pelo assassinato do policial branco Mark MacPhail, Davis foi condenado à pena capital após um processo repleto de vícios judiciais que apresentaram dúvidas sólidas sobre a inocência do culpado.

Apresentado por seus defensores como o exemplo do negro condenado injustamente, Troy Davis recebeu o apoio de personalidades como o ex-presidente americano Jimmy Carter, o papa Bento 16 e a atriz Susan Sarandon, e centenas de manifestações pedindo o indulto foram realizadas em todo o mundo.

Durante o processo, nove testemunhas do assassinato cometido em 1989 indicaram Troy Davis como o autor do tiro, mas a arma do crime nunca foi encontrada e nenhuma prova digital ou traço de DNA foi revelado. Depois, sete testemunhas se retrataram, mas isso não foi suficiente para convencer a Justiça de rever seu veredicto. FONTE: BOL
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