O Tribunal de Justiça do Pará negou nesta terça-feira (6) pedido do
fazendeiro Regivaldo Pereira Galvão, o Taradão, que tentava anular
decisão do júri que o condenou pela morte da missionária Dorothy Stang.
Ele foi condenado no ano passado a 30 anos de prisão, acusado de ter
sido um dos mandantes do crime, mas pediu um novo julgamento.
Galvão é o único dos cinco réus em liberdade. Os desembargadores da 1ª
Vara Criminal, no entanto, votaram na sessão desta terça que ele seja
preso.
Na apelação enviada à Justiça, a defesa negou envolvimento do fazendeiro
no crime e disse que ele teve o direito de defesa cerceado porque ficou
sentado longe do seu defensor durante o julgamento. Alegou ainda que a
pergunta enviada aos jurados foi má redigida e os induziu a erro.
Os quatro desembargadores rejeitaram todos os argumentos, inclusive a
possibilidade da defesa de pedir novo julgamento. Para eles, o protesto
por novo júri foi extinto após lei de 2008.
Os desembargadores também negaram pedido para diminuir a pena.
O advogado de Galvão, Jânio Siqueira, disse que vai recorrer ao STJ
(Superior Tribunal de Justiça) e ao STF (Supremo Tribunal Federal). Na
sessão de hoje, ele declarou que o caso teve "pressões imediatistas" de
ONGs internacionais.
O CRIME - A freira norte-americana naturalizada brasileira foi assassinada em 2005
numa estrada em Anapu (PA), onde ela liderava o PDS (Projeto de
Desenvolvimento Sustentável) Esperança.
Segundo as investigações da polícia, o crime foi encomendado por Galvão e
por Vitalmiro Bastos de Moura, o Bida, porque ela denunciava a intenção
da dupla de tentar possuir ilegalmente de um lote do assentamento. Fonte: FOLHA.COM