"Meu menino está vivo e bem. Ele nunca esteve em perigo. Nada de ruim
aconteceu com ele", garantiu o pai ao jornal, quem pediu anonimato
argumentando que o episódio não passou de uma brincadeira.
A foto, feita em 2008, foi divulgada pela revista sul-africana "Sunday
Times" em 28 de agosto na capa com o título "Procura-se o racista do
Facebook".
A imagem aparecia no perfil de um usuário que usava o pseudônimo de
Eugene Terrorblanche, um nome que alude ao falecido líder do partido
ultradireitista sul-africano branco Movimento da Resistência Afrikaner
(AWB), Eugene Terreblanche.
A publicação da foto causou polêmica na África do Sul, um país que
durante quase meio século foi governado pelo regime segregacionista do
Apartheid, que defendia a supremacia da raça branca, e que segue vivendo
uma notável tensão racial.
Conforme o "Sunday Times", a unidade de elite para a luta contra o
crime da polícia sul-africana (Hawks) está investigando a polêmica
imagem.
Desde que a notícia foi divulgada, "Terrorblanche" desapareceu do
ciberespaço. O pai da criança o descreve a pessoa da foto como "amável".
O pai, que trabalhou durante os últimos 14 anos como capataz em uma
propriedade rural da família do homem da foto, em Bloemhof (norte da
África do Sul), relatou ao jornal "City Press" o que ocorreu no dia em
que a imagem foi feita.
Segundo sua versão dos fatos, seu filho, aparentemente cansado, estava
dormindo sobre a grama do sítio e o homem branco, que trazia uma
escopeta para caçar pombas, pediu para fazer uma fotografia e sugeriu ao
pai que colocasse a criança na sombra.
"Eu permiti que posasse com o menino e a espingarda (...). Ele gosta do
meu filho. Quando ele se sai bem na escola, dá dinheiro a ele", conta o
pai, quem insiste que esse homem 'não odeia os negros'.
Louis Vertue, advogado do homem que aparece na foto, afirmou que seu
cliente está preocupado e "comovido" com a repercussão da notícia e que
não entende como a foto acabou nas mãos da imprensa.
"Se as pessoas que não sabem da verdadeira história o reconhecem (na
rua), ele poderia estar correndo riscos. Ele não é um racista, como se
informou", garantiu Vertue. FONTE: EFE